top of page

Motivação de um grande artista

          Giulianno era um jovem humilde. Apesar de ter uma boa condição financeira, sempre viveu em circunstâncias normais. Filho de imigrantes italianos, ele morava no bairro da Gamboa, localizado na zona portuária. Desde criança é apaixonado por arte, sempre sendo influencia por seu avô Francesco, que cuidava do mesmo nas tardes de semana. Como seus pais sempre trabalharam muito, Giulianno cresceu com esse avô, no qual ele admirava muito. Os anos se passaram e a paixão pela arte não diminiu. Ao longo do tempo, começou a se aperfeiçoar e logo construiu seu primeiro ateliê na antiga fábrica de balas Bhering, que naquele momento estava sendo usado por artistas para expressarem sua arte.

          Apesar de todo o seu amor pela arte, Giulianno não era uma pessoa sociável. Desde pequeno sua vida se resumia em ficar com o avô e estudar em casa, pois seus pais temiam a violência da “cidade maravilhosa”. Esse perfil antissocial estava começando a influenciar diretamente na vida de Giulianno, pois estava finalmente percebendo que amigos são muito importantes na vida de um ser humano.
          Como dito, Giulianno sempre teve um ótimo relacionamento com seu avô, o melhor (e único) amigo, com quem sempre pôde contar. Finalmente, Giulianno conseguiu realizar seu sonho de pintar de maneira profissional, e lá estava Francesco para apoiá-lo e incentivá-lo. Infelizmente, a vida nos prega peças. E foi o que aconteceu com Giulianno. Após chegar do ateliê, uma ambulância havia acabado de sair de sua casa. Ele estranhou. Seu avô não estava em casa como normalmente.  Na cabeceira da cama, um bilhete:

“Caro Giulianno,
Sabia que esse dia iria chegar. Você é um jovem muito puro, que sabe transmitir sua alma para a tela de pintura. Isso é nobre, meu neto. Infelizmente, não poderei mais acompanhá-lo nessa sua jornada rumo ao sucesso como pintor. Mas estarei torcendo lá de cima, tenha certeza disso. Eu estarei mais perto do que você imagina.
Sei de sua dificuldade para arranjar amigos, e me sinto culpado por isso. Eu e seus pais privamos você de ter uma infância de verdade, e só pude perceber isso tarde demais. Quero que saiba que a verdadeira riqueza de um homem não é a quantidade de dinheiro que ele tem na carteira, mas sim a quantidade de amigos verdadeiros que ele consegue reunir.

Beijo de quem te ama e que está olhando por ti,”

Vovô.
          Giulianno estava paralisado. Não conseguia entender. Como aquela carta estava ali? Como ele havia morrido? Assim que leu a carta, correu em direção ao hospital mais próximo. Seus pais estavam lá. Com uma crise de choro terrível, ouvia o que havia acontecido: seu avô sofreu um AVC, e não suportou. Faleceu.
          Diante de todo esse problema, Giulianno não rendia mais o mesmo em suas obras. Cansado e com expressão triste, não conseguia mais transmitir sua alma para a tela de pintura. Em suma, toda essa situação estava atrapalhando, e muito, todo o seu desempenho profissional.
          O destino SEMPRE prega peças. Quando menos se espera, tudo muda de uma maneira incrível. Aquele menino antissocial estava mudado. As palavras de seu avô realmente fizeram efeito, e Giulianno, agora sozinho, estava realmente correndo atrás de novos amigos. Afinal, precisava descarregar sua angústia em algo. Suas pinturas não eram mais as mesmas desde que seu avô havia morrido, e, para completar, estava começando a ficar sem dinheiro.
          Em mais um dia de pouca inspiração, Giulianno estava "quebrando a cabeça" para conseguir produzir algo decente. Com caras e bocas, Vanessa, uma colega pintora, o convidou para tomar um chá e relaxar. O medo tomou conta do artista, já que ele havia conversando com Vanessa duas ou três vezes na vida. Achava-a bonita e já fantasiou um encontro sexual com ela. Ficou em êxtase quando foi convidado para sair, por mais que tenha sido um simples chá. No decorrer do "encontro", foi se interessando cada vez mais no que Vanessa fazia da vida, na sua história. Não demorou muito para que ambos estivessem nus, na cama.
          Esses encontros começaram a ser cada vez mais frequentes. Com o tempo, tudo aquilo que Giulianno havia perdido, estava de volta.  A ausência de seu avô foi suprida pelo romance carnal de Vanessa, no qual estava totalmente e alucinadamente envolvido. Pela primeira na vez na vida, se sentia um verdadeiro homem. Sua arte finalmente estava de volta, cada vez mais inspirado nas obras do Porto Maravilha. Ficou tão motivado que criou uma exposição chamada "Meu Porto Maravilha", cujo lugar abrigou a maior tela touchscreen do mundo. Graças a ele e seus novos amigos, a arte presente no "novo porto" ficou charmosa, atraindo todo tipo de turista.
          Giulianno mostrou para o mundo sua arte, cumprindo as expectativas do avô. O amor conseguiu suprir a saudade, exatamente como seu avô previa. Bastou ele acreditar na carta. Bastou ele acreditar no amor.



Leandro Barbosa

  • Wix Facebook page
  • Wix Twitter page

Entre em contato com o grupo Pitanga por aqui. Tire suas dúvidas, opine, faça críticas e dê sugestões. Será um prazer saber o que você tem a nos dizer.

APOIO

REALIZAÇÃO

Success! Message received.

bottom of page