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Maquiagem da zona portuária

         Uma das definições da palavra “reforma” no dicionário é: “Mudança operada tendo em vista um melhoramento.” No entanto, a reforma da Zona Portuária do Rio de Janeiro, que tem como nome “Porto Maravilha”, está mais para uma maquiagem da área do que para uma reforma.
     Um exemplo claro dessa tese são as obras do elevado da Perimetral. As obras também fazem parte do “Porto Maravilha” e é um exemplo claro de desperdício do dinheiro público. Isso porque o elevado será completamente demolido, para dar lugar a um mergulhão por onde os carros passarão.
         O problema disso tudo é que, segundo os projetos da prefeitura, o mergulhão que será construído terá exatamente a mesma vazão de tráfego que a atual Perimetral. E o principal argumento para a realização da obra é que sem o elevado a visão das pessoas que chegam à cidade ficará menos poluída.
Um grande desperdício de dinheiro, afinal, essa obra não melhorará o trânsito, pelo contrário, durante as obras, boa parte do tráfego será desviada para vias alternativas gerando verdadeiros ‘nós’. E, além disso, uma obra que custará 1,2 bilhões de reais para os cofres da prefeitura (a outra parte será paga com parcerias privadas) não pode ter como motivo uma questão puramente estética.
       Um fato inegável é que o projeto melhorará a região, mas existem equívocos claros. Alguns projetos foram feitos às pressas para que pudessem ser usados em campanhas políticas.
      Em uma visita à exposição “Meu Porto Maravilha”, idealizada pela Prefeitura, que fica à Rua da Saúde, na Zona Portuária, isso foi evidenciado. A exposição consiste em mostrar uma linha do tempo da Zona Portuária, mostrando como ela ficará após as obras.
       Porém, em entrevista com um dos funcionários do local ficou claro algumas falhas na exposição. Segundo um dos guias do local, há erros primários de português nas informações que são dadas, além de erros de tradução para o inglês. Também existe falta de informações básicas sobre o projeto Porto Maravilha.
     Segundo esse funcionário, a exposição foi feita de uma forma corrida, justamente por ser ano eleitoral, e quanto mais cedo ficasse pronta, mais cedo ela poderia ser usada em campanhas políticas. A principal razão para esses erros foi a correria com que ela foi construída. E, afinal de contas, se pequenas exposições são construídas às pressas para serem usadas em campanhas políticas, o que impede que obras sejam realizadas com o mesmo intuito?
Lembrando que quanto mais corrida as tais obras sejam feitas, mais erros no projeto das mesmas são evidenciados, e quanto mais erros nas obras mais dinheiro público vai direto para o lixo.
    Usar o Porto Maravilha como campanha política até daria pra engolir, desde que as obras fossem bem realizadas e com planejamento. Usar a estética para gastar dinheiro público, é apenas maquiar uma parte da cidade, sem ao menos melhorar a infraestrutura para a região portuária.



Lucas Sousa Albuquerque

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