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Sustentabilidade VS Desenvolvimento econômico

          Atualmente, sustentabilidade se tornou um tema recorrente. A preocupação com as condições de vida no futuro tem levantado questionamentos, mobilizando autoridades e organizações de importância mundial. A sociedade vem buscando o equilíbrio entre a necessidade e a consciência, e isso está cada vez mais perceptível para todos.
          No ano de 2012, entra em prática um dos maiores projetos do estado do Rio de Janeiro. O projeto se chama ‘Porto Maravilha’ e tem como finalidade revitalizar a zona portuária da cidade do Rio de Janeiro. Essa iniciativa pretende melhorar ao máximo a estrutura marítima e terrestre do Píer Mauá, para eventos de grande importância que acontecerão no estado, daqui a alguns anos.
          Os holofotes estão voltados para a transformação da cidade, que receberá os principais eventos esportivos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas. Em meio a tantas mudanças, será que a prioridade está sendo a sustentabilidade?
          Representantes do projeto alegam que a finalidade é promover a reestruturação local, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços públicos da região. Alegam também que o projeto visa à melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores e às sustentabilidades ambiental e socioeconômica da área.  Basta sabermos se ao término das obras teremos esses resultados, e se o meio ambiente e as pessoas que vivem naquela região não serão atingidos com tantas mudanças.
          O porto do Rio de Janeiro e o seu entorno sofrerão mudanças radicais. São previstas, em toda essa área, a implantação de árvores, visando à sustentabilidade; a instalação de novos restaurantes, buscando chamar a população para essa área, fazendo com que fontes de economia existam ainda mais naquele local; está prevista também a locação de adereços de conforto para os cidadãos, como bicicletários, pontos de ônibus e balizadores, isso tudo com intuito de melhorar a sinalização e o tráfego de carros, caminhões etc. Além disso, postes serão estrategicamente alocados e latas de lixo serão colocadas a cada metro de calçada.
          O projeto Porto Maravilha se divide em dois subprojetos para tratar diretamente determinada área. Ele se inicia pelo projeto urbano, que visa o modo como as áreas revitalizadas ficarão. Já o projeto estrutural desenvolve toda a ideia da estrutura dos túneis, viadutos, vias, pavimentações e perfis geológicos.
          O projeto está bem estruturado e a educação não poderia ficar de fora desse largo passo para o futuro. O governo investiu R$200 milhões na construção de museus, escolas técnicas e pinacotecas. Recheando toda a zona portuária de pontos de visitação não somente para os turistas que nos visitam, mas também para os nossos moradores, que também merecem conforto e entretenimento.
          De mãos dadas com a revitalização, grandes problemas são previstos, problemas que não podemos ignorar. A realocação de uma enorme quantidade de pessoas e a perda de terrenos que se encontram nas redondezas fará com que o governo tenha mais trabalho do que o imaginado.
          Até certo momento, passivos de revoltas, os moradores dessas áreas ameaçadas sentem-se indignados, pois estão sendo tratados como um rebanho que pode ser locomovido naturalmente, como se não tivessem uma casa dos sonhos que demorou anos para ser construída, como se não tivessem raízes, como se não tivessem histórias para contar. Histórias que justificam o motivo da permanência em sua zona de conforto. Muitas das pessoas se recusam a ter de deixar suas residências, e isso faz com que sejam criados projetos bem desenvolvidos para mudar a ideia daqueles que estão ao redor do porto. Já que, durante toda a vida, essas pessoas deram o máximo de si para conquistarem um espaço só seu. Além de seus antepassados, que por algum motivo se alocaram naquela área. Isso conta muito quando e colocada em questão a saída desses habitantes da região.
          Por isso, a ONU e o Governo do Estado vinham desenvolvendo um projeto de criação de residências populares onde todos poderiam ter um lar adequado. Essa nova proposta de revitalização à grande sacada social irá prevalecer por um bom tempo no papel, nos fazendo se questionar mais uma vez. Será que isso está sendo realmente um avanço para o Brasil? Será que é certo mudar totalmente a cara da nossa cidade? Será que esses são somente caprichos para nos apresentarmos de maneira que não é a nossa realidade?
         Durante todas as mudanças que nós, cariocas, estaremos sujeitos neste tempo em que os holofotes estarão voltados para a cidade maravilhosa, sempre nos manteremos em uma balança onde se tenta equilibrar as perdas e os ganhos.
          E com tudo isso, o meio ambiente e as pessoas estão sendo utilizadas como objetos, que homens destroem e constroem onde bem entendem, mesmo que isso custe a vida de muitos. Será que com tantas mudanças, o foco será mesmo a sustentabilidade?



Caryne Rossler, Deborah Almeida, Diego Ribeiro e Lucas Peterly

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