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Samba de gafieira

       Atualmente, dentre as danças de salão no Rio de janeiro e São Paulo a mais praticada é o samba de gafieira. O número de dançarinos vem crescendo suavemente desde meados da década de 90.
Consequentemente, novas gerações de dançarinos apareceram, e assim, novos movimentos foram criados aperfeiçoando a dança em si, como: jazz, o tango argentino e o "maxixe" - estilo que se era muito praticado nas gafieiras e cabarés, não sendo bem visto pelo fato de não atender à moral e aos bons costumes da época.
       Para quem não sabe, o samba teve o seu inicio na Zona Portuária do Rio de Janeiro, área de imensa importância cultural, mais precisamente na Praça Onze, onde foi feito o primeiro samba, chamado "Pelo Telefone”. Vale também ressaltar que o samba de gafieira não é o único estilo de dança existente dentro da cultura do samba. Também existem outros estilos, como samba no pé (samba de carnaval), samba rock, pagode etc. O samba também possui outras ramificações musicais. Elas são: partido-alto, samba-exaltação, samba-canção, samba-enredo, samba-choro, samba-sincopado, samba de breque, bossa nova, samba-pagode, samba de moderno partido, sambalanço ou samba swing, samba-reggae e samba-rock.
       Mas o foco deste artigo é o samba de gafieira, que tem esse nome porque, originalmente, era dançado em cabarés, clubes e gafieiras localizados no subúrbio carioca, em bairros onde, atualmente, estão as escolas de dança de salão mais conhecidas. É importante ter-se em mente que a gafieira é apenas o local onde esse samba surgiu, no qual eram tocados também outros gêneros musicais, como o bolero e o swing.
       Mas o que é swing? Que estilo é esse? Abaixo veremos uma breve história de como esse estilo surgiu e como ele influenciou o samba.
Na década de 40, nos Estados Unidos, quando a alta sociedade da época era realmente avessa à música do povo, começa a surgir então um movimento muito forte no mundo, que influenciou e até hoje influencia, a música ocidental e, atualmente, também a oriental. O movimento Swing.
       A explosão do swing foi algo inimaginável para os dias de hoje. O swing surgiu na época das Big Bands, bandas musicais onde o número de componentes ultrapassava facilmente dez elementos. Havia uma saudável concorrência entre elas no momento dos bailes, uma querendo tocar melhor do que a outra. Muitas vezes, no mesmo baile, havia duas bandas propositadamente dispostas em dois palcos antagônicos. Quando uma terminava de tocar, já começava a outra, como um grande duelo no salão. E os dançarinos dançando freneticamente. O local onde esse estilo surgiu foi o bairro do Harlem, em New York, mais precisamente no Savoy Ballroom, onde os negros se divertiam com sua dança, que, a partir de 1927, foi denominada de Lindy Hop. O Savoy Ballroom funcionou de 1926 a 1958.
       A característica principal desta música é a presença dos metais, tipicamente reconhecidos no jazz, como o saxofone, trombone etc. Mas, na verdade, o jazz é um gênero musical, extremamente genérico e que engloba diversos outros gêneros. É como o nosso samba, que tem outras pequenas subdivisões, citadas acima, compreendendo que tudo é samba. Assim, fazendo uma analogia, tudo é jazz.
Ora, e qual é a característica marcante da música jazz? O improviso musical.
       E qual seria, então, como reflexo lógico e natural, a característica marcante da dança swing? Também o improviso.
Mas o que tem a ver o jazz e o swing com o samba de gafieira? Tudo!
Notemos que, nos salões de baile brasileiros, se dançava bolero (também muito em evidência na década de 40), swing (por influência direta norte-americana) e também gêneros nacionais: samba-canção, samba-batucada e samba-liso. Essas eram as três formas de se dançar o samba de salão no Brasil até a década de 1940, segundo Foraciari (1950).
       Samba-canção era uma dança de dois movimentos por compasso. Samba-batucada era uma dança com três movimentos por compasso, baseado no samba-canção. E o samba-liso era uma dança de quatro movimentos para dois compassos, sendo totalmente diferente dos outros dois.
       Em 1940, o swing começa a influenciar o nosso samba. Raul de Barros foi um dos grandes intérpretes e com as características básicas de um samba de gafieira genuíno. Nota-se claramente a influência dos metais (como saxofone, trombone, dentre outros de sopro) na música, uma ginga propriamente nossa, de nossas raízes, e uma maior alegria na sua execução. Todas essas características foram incorporadas à dança, que daí sim começou a ser desenvolvida como samba de gafieira que conhecemos hoje.
        Vale lembrar que dançar é bom, não só porque é legal, e sim porque dançando você exercita algumas partes do seu corpo, perdendo calorias, e claro, tudo isso se divertindo. Sem contar que é uma ótima maneira de perder o estresse de uma rotina trabalhosa e cansativa, conhecer novas amizades, e no caso do samba de gafieira, que é uma dança de casal, pode também realçar o relacionamento de alguns casais, fazendo a pessoa que a pratica perder sua timidez através da prática com outras pessoas. Sem contar na felicidade, no imenso prazer e prazer imensurável que só uma pessoa que dança sente.  Um bom local para se praticar a dança é na Estudantina, que fica próximo a Praça Tiradentes, 79, no Centro, Rio de Janeiro, na Zona Portuária.
Então você está esperando o quê? Vamos dançar um samba de gafieira? Pois dançar é arte, e arte é cultura, e a cultura vem, no nosso caso, da Zona Portuária, lar de grandes histórias e tradições que influenciaram e mudaram a população brasileira.



Paulo Afonso

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