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Porto Maravilha? Para quem?

          Inicialmente, nos foi divulgado que o projeto Porto Maravilha seria uma excelente proposta do Prefeito Eduardo Paes que, em parceria com o governador do Estado do Rio de Janeiro, prometeu fazer uma reforma na região portuária da cidade do Rio de Janeiro.
          O projeto consiste na modernização do porto e, principalmente, do cais do porto da cidade. Além disso, os idealizadores pretendem criar moradias populares nos arredores, visando à melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores da região.
          Agora que estamos devidamente contextualizados quanto ao tema, vamos analisá-lo com um olhar um pouco mais crítico. Em primeiro lugar, observemos que o projeto tem como previsão de término para 2015 (sinto-me à vontade para alertá-los que não por coincidência, temos a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016). Em toda a descrição do projeto, nos é vendida uma ‘visão social’ do Estado, podendo-se usar como exemplo os seguintes dizeres: “Sua finalidade é promover a reestruturação local, por meio da ampliação, articulação e requalificação dos espaços públicos da região, visando à melhoria da qualidade de vida de seus atuais e futuros moradores e à sustentabilidade ambiental e socioeconômica da área.”.
          E é com esse primeiro exemplo, que tenho o prazer de colocar a minha dúvida: “Porto Maravilha? Para quem?”. Convenhamos, o nome escolhido para este projeto urbanístico é muito atraente. Quem não tem uma primeira boa impressão ao ler/ouvir esse nome? Porto Maravilha... É aí, meus caros, que entra o segundo tópico: as intenções do Governo.
          O Estado nunca teve a intenção de que o projeto tivesse cunho social. Vamos às explicações: Inicialmente, foi divulgado que este projeto seria administrado pelo Governo, todavia, não foi o que ocorreu. Assim que o prefeito Eduardo Paes assumiu o cargo público atual, fez questão de repassar essa responsabilidade para uma empresa municipal chamada CEDURP. Como dito anteriormente, o projeto não tem cunho social. Foi descoberta toda uma ‘trama’ em que as empresas ganham muito mais dinheiro do que deveriam: o consórcio que ficará responsável pelas obras será subsidiado pela Prefeitura, ganhará dinheiro da mesma para fazer as obras e somará à sua “pequena” conta bancária o aumento do preço imobiliário dos imóveis construídos por esse mesmo consórcio. É isso mesmo, meus caros... Nada é por acaso.
          Próximo ponto absurdamente negativo que, obviamente, foi ignorado pelos (ir) responsáveis do Governo do Estado: O público tem uma pequena porcentagem de aceitação do projeto. Na verdade, muitos dos moradores da Zona Portuária sequer sabem para onde irão. Não sabem se ficam, são expulsos ou realocados. Não sabem como será sua casa nova, se será perto do trabalho ou não... Não sabem de nada. Convenhamos: se este projeto tivesse em seu cerne conceitual a intenção de fazer modificações sociais positivas, os moradores/trabalhadores do porto deveriam ter sido os primeiros a serem consultados e informados sobre todo o processo, correto?
          Esses mesmos funcionários estão sendo tratados como pouco importantes não somente pelo Estado, mas pelos funcionários responsáveis pela realocação. Muitos moradores têm reclamado de ‘pouco caso’, no que se refere à preocupação governamental, principalmente, pela falta de educação. Ao serem perguntados sobre o projeto, os funcionários não dão nenhuma resposta plausível aos moradores em questão.
          Todavia, se observarmos com cautela os valores e missões do projeto no site oficial do Estado, nós veremos os seguintes valores:
Transparência: Sempre informar as pessoas sobre suas ações de maneiras e em linguagens clara e compreensível;
Respeito à diversidade: Sempre tratar as pessoas com igualdade e respeito às diferenças de opinião, independente da condição social, étnica, sexual, cultural ou econômica.
          Se o Estado não consegue cumprir um simples valor moral, só se pode chegar à conclusão que ele não cumpre sua palavra. Aliás, pior do que isso: é um Estado que ignora a opinião pública, ignora os moradores da Zona Portuária, ignora quem legitimou seu poder!
          O Governo do Estado, infelizmente, moveu seus ‘pauzinhos’ e fez com que as obras do projeto Porto Maravilha fossem privadas. É exatamente o que você leu: o mesmo Estado que afirmou fazer a gestão da Reforma Urbanística do Porto do Rio de Janeiro tornou a mesma em privada. De acordo com dados colhidos pelo boletim online Brasil de Fato, O consórcio que recebeu a ‘bolada’ de R$7,6 bilhões do Governo é formado pelas empreiteiras OAS, Odebrecht e Carioca.



Gabriel Cruz

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